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Mostrando postagens de maio, 2014

O INTRUSO (último capítulo)

1. Tudo começou com o nascimento do filho. Desejado, esperado, festejado. Mas o que era para ser o fruto máximo de uma bonita relação de amor se transformou no início de seu infortúnio. É claro que estava super feliz em ser pai pela primeira vez. Sentiu uma emoção sem tamanho, estava realizando um grande sonho de vida. O problema não era com a paternidade em si e sim com um efeito colateral que ele não esperava. Sua esposa, tão apaixonada, que o admirava tanto e que fazia de tudo para preservar o clima de romance entre os dois, mudou completamente. Seu olhar, seu tempo, sua energia, suas ações, absolutamente tudo passou a se direcionar exclusivamente para o filho. Pode-se pensar: é claro, né, o que ele esperava?! Mas não era bem assim. Ele até tinha consciência que inevitavelmente a relação de homem e mulher que tinha com a esposa seria afetada para sempre. Mas achava que a união de afeto de dois se tornaria algo mais amplo, mais intenso, mais sublime: seriam um trio lig

A TRAIÇÃO (capítulo final)

1. Ela desligou o celular sem acreditar. O movimento de seu braço levando o aparelho da orelha para dentro da bolsa foi acompanhado de uma lágrima. Não podia ser verdade. Isso não estava acontecendo com ela. Simplesmente não fazia sentido. Ele era tão atencioso, tão romântico, tão presente... Ele era perfeito! Tá… ok, ele podia não ser tão perfeito em tudo. Tinha um mau humor matinal insuportável, não ajudava muito com as tarefas domésticas e era pontual de um jeito exagerado, quase um T.O.C. Mas afetivamente com ela e com a filha beirava a perfeição. Era um pai dedicado, paciente, apaixonado, que levava a filha para todos os lugares, inclusive para o estádio de futebol. Tinham um companheirismo muito bonito de se ver. E para ela, ele era igualmente cativante. Era do tipo que dava flores nas datas especiais, pensava em presentes surpreendentes e jogos de sedução. Fazia questão de saírem juntos pelo menos uma vez por semana para não deixarem o hábito de namorar sucumbir à rotina fa

A TRAIÇÃO (4o capítulo de 5)

1. Ela desligou o celular sem acreditar. O movimento de seu braço levando o aparelho da orelha para dentro da bolsa foi acompanhado de uma lágrima. Não podia ser verdade. Isso não estava acontecendo com ela. Simplesmente não fazia sentido. Ele era tão atencioso, tão romântico, tão presente... Ele era perfeito! Tá… ok, ele podia não ser tão perfeito em tudo. Tinha um mau humor matinal insuportável, não ajudava muito com as tarefas domésticas e era pontual de um jeito exagerado, quase um T.O.C. Mas afetivamente com ela e com a filha beirava a perfeição. Era um pai dedicado, paciente, apaixonado, que levava a filha para todos os lugares, inclusive para o estádio de futebol. Tinham um companheirismo muito bonito de se ver. E para ela, ele era igualmente cativante. Era do tipo que dava flores nas datas especiais, pensava em presentes surpreendentes e jogos de sedução. Fazia questão de saírem juntos pelo menos uma vez por semana para não deixarem o hábito de namorar sucumbir à rotina fami