36. No Meio de Árvores


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Eu quero a floresta, o verde, o ar puro
Colocar cerca viva no lugar do muro
Eu quero a brisa, a grama, a lagoa
Nas horas vagas, divagar a toa

Também quero poder passar na livraria
Depois do futebol, jantar na pizzaria
Ver um show de rock, ir sempre ao cinema
Usar a internet para mostrar poema

E não vejo problema nem contradição
Cultura urbana, rural reclusão
Peça de teatro, perfume de acácias
Para buscar minha paz, só não quero farmácia

Quero morar no meio de árvores. De preferência, à beira de uma lagoa. Cansei da cena urbana insana, cercada de concreto, asfalto e sujeira.

Sinto falta do verde e da natureza como nunca senti antes. Necessidade surgida recentemente, mas que toma forma e tamanho de um jeito arrebatador.

Mas não me iludo que iria encontrar na paz de um lugar, a paz ausente na alma. É o contrário: é a paz de espírito que vem sendo conquistada arduamente, através, principalmente, da busca pelo autoconhecimento, que parece acender o anseio pelo contato com a natureza.

Também tenho comido cada vez mais frutas. A busca pela saúde, sobretudo, e a vontade de combater o sobrepeso, me fez desenvolver uma fome de fruta inédita. Aliás, ao começar a escrever este texto é que atentei para a eventual relação entre o desejo de morar cercado de natureza com a recente dieta frutífera. Não via essa relação, mas deve ter algo a ver.

***

Li uma postagem de um amigo numa rede social na qual contou que contou a quantidade de certos estabelecimentos comerciais em uma movimentada avenida da cidade: cinemas, 0; livrarias, 0; teatro, 1; farmácias, 11!

Tenho acreditado, baseado apenas no que quero acreditar, que nossa ciência primitiva ainda descobrirá que todas as doenças, até mesmo as mais graves, podem ser psicossomáticas. Enquanto isso, tratamos todos os males que acometem nosso corpo com química e mais química. Aliás, é à química que recorremos para afogar os males que acometem nossa mente. Ou nossa alma...

***

Eu sei que teatros, cinemas e livrarias são elementos urbanos, que aparentemente não se relacionariam com a morada entre as árvores.

Mas não consigo enxergar contradição entre esses elementos. Quero o melhor dos dois mundos: a brisa e o verde de uma reclusão arborizada e as peças, filmes e livros do ambiente urbano.

Quem sabe assim, precisarei menos de farmácias.  
 
Sds,

Hugo

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