20. Sobre o Natal
Fonte da foto: http://aornamentall.blogspot.com.br/2012/11/clima-de-natal.html.
Uma
vez por ano
Somos
levados a quebrar
O
ritmo do dia a dia insano
Uma
mudança de clima no ar
Uma
vez por ano
Celebramos
o amor e a paz
Relevamos
erros e danos
Deixamos
rusgas pra trás
Uma
vez por ano
Levados
pela liturgia
Partilham
gregos e troianos
Uma
mensagem de harmonia
É
necessário e essencial
Lembrarmos
que somos humanos
Desejarmos
Feliz Natal!
Alguns textos sobre
o Natal que tenho lido nos últimos dias têm tentado fazer uma reflexão
diferente sobre a data, talvez pela pretensão de seus autores de não escreverem
nada clichê sobre o assunto. A reflexão quase sempre parte para acolher aqueles
que não se sentem à vontade nessa época; para aqueles que se sentem meio peixe
fora d´água em meio ao clima de celebração geral. Argumentam que essa atmosfera
natalina que respiramos tem um aroma falso, artificial e de incentivo a um
consumismo exagerado e fútil que nem todos precisam compartilhar. Questionam
porque temos que nos submeter aos tapinhas nas costas de colegas de trabalho
que não simpatizamos e aos sorrisos de parentes que mal nos cumprimentam ao
longo do ano.
Entendo a reflexão,
mas não compactuo com ela. E cabe o registro de que essa abordagem dos que
querem remar contra a corrente já começa a soar clichê também.
O ser humano tem
necessidade de se organizar através de ciclos. Ciclo das safras das plantações,
ciclo da terra em volta de si mesma, ciclo das estações do ano e da volta da
terra ao redor do Sol.
E a cada ciclo de
um ano, existem datas marcantes, que têm uma razão de ser. A virada do ano traz
inevitavelmente um balanço do ano que está findando, uma análise de tudo que deu
certo e do que a gente pretende melhorar ou alcançar. A cada aniversário também
ocorre quase inconscientemente uma olhada para dentro mais apurada. Da mesma
forma, a cada Natal, é importante nos submetermos a certos rituais e reflexões.
Pois para mim, não
há nada mais necessário do que um momento que se repita anualmente, para que
vivenciemos um ambiente que incentive uma mensagem de paz e uma atitude de
solidariedade, nessa vida louca que fomos levados a viver no cotidiano. Um
momento para encontrarmos aqueles que não tivemos oportunidade (ou saco) para
ver durante o ano; tempo de desejar o bem para o colega, parente, vizinho...
E se este ano não
estivermos muito no clima? E se estivermos meio intolerantes com shoppings
cheios, reuniões de família e enfeites de Papai Noel? Paciência!
Viver essa
celebração coletiva em prol de uma harmonia maior entre as pessoas é, no
mínimo, nossa obrigação anual, pois talvez o clima natalino apareça todo ano
justamente para tocar aqueles que não estão no clima. Essas talvez sejam as
pessoas mais adequadas para receber de forma abrupta e compulsória uma rajada
de sorrisos, abraços, tapinhas nas costas e presentes.
Ah, mas o colega de
trabalho que desejou “feliz natal” é um egoísta traiçoeiro no dia a dia? A
parente de sorriso forçado que será aturada na ceia de Natal, foi uma sacana
quando você precisou dela no início do ano? Faz parte!
Porque celebrar a
paz entre aqueles que temos mais afinidade e afeto é muito fácil, é tarefa para
o dia a dia. Uma vez por ano, pelo menos, temos é que confraternizar também com
aqueles a quem somos distantes, indiferentes, ou antipáticos. Esse é o desafio!
Essa é a mensagem de paz!
Não custa nunca
lembrar uma frase do Humberto Gessinger que gosto muito: “a diferença é o que
temos em comum”.
Então para todos
que passaram por aqui, amigos, parceiros, parentes, conhecidos, desafetos (será
que existe algum?), desejo, de coração, paz de espírito, saúde física e
prosperidade.
Feliz Natal!
Hugo
PS: A música de
dezembro ficou para o último texto do ano, quarta-feira que vem. Ela se chama
“Óculos Escudos”.
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